28 de abr. de 2009

Saudade...



Saudade é reviver cada momento,
sentir as mesmas emoções
sem cogitar que tudo se passou há tanto tempo.

Saudade é acordar de manhã
e ter, para o ente amado, o primeiro pensamento
e os demais, que vão invadindo a mente
pelo resto do dia.

Saudade é envidar todos os esforços para esquecer
sem, contudo, perder a mania
de retomar os restos tangíveis que permaneceram,
com os olhos marejados,
e descobrir que os “restos tangíveis” estão vivos
e são ainda o nosso maior e melhor legado.

Saudade é ter a impressão de que nada aconteceu,
que ele não partiu, não traiu ou morreu
e que, a qualquer momento,
não importa se aqui ou além,
se nesta ou em outra vida.

Retomaremos o trajeto interrompido
pelo revés inesperado
e estaremos de novo
caminhando
lado a lado!

Poesia de Fátima Irene Pinto
Ecos da Alma: antologia – Soler Editora, 2005, pg. 91

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