25 de out. de 2010

Sobre o Amor, Rosas e Espinhos.

Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até as traições. Sem perdão não há amor.

Diga-me quem mais você perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem mais amou. O amor é uma equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: “Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto”.

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: “Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não amasse tanto assim, talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!”

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo.

Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...

É preciso aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe, a beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos...ou não.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão.

Autor: Padre Fábio de Melo.

Imagem: Free2use.it

4 comentários:

  1. Nuss... "ou não" foi o desfecho perfeito. Belo texto do Padre... É mais ou menos isso mesmo. Para cada coisa feita, algo recebido. Tudo feito para manter o equilíbrio.

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  2. Ah é, pode apagar esse depois de ler. Eu tenho outro blog, caso você não tenha visto. é o mais pessoal pra poesias e desabafos, mas olhe se quiser. http://dijadarkdija.blogspot.com/

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  3. Olá Dija,
    Quem bom que você gostou do texto. Vou visitar o seu outro blog sim, eu gosto de poesias.
    Beijos na alma,

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  4. Olá, Simone,

    Muito bom esse texto do Pe. Fabio.Ele diz "verdades" já conhecidas que, por vezes, passam despercebidas e, por outras, fazem "cair a ficha".
    Agora, por exemplo, ao ler que a pessoa que a gente mais perdoa é aquela que mais amamos, deu-me um "clic" e acordei: lembrei dessa pessoa e constatei a "verdade!!!
    Um grande abraço,
    Vilma - facilitadora do CCA

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