14 de nov. de 2011

Parábola da Rã Cozida

Um resumo de vida e sabedoria que cada um poderá plantar no próprio jardim, para colher de seus frutos.

Da alegoria da Caverna de Platão a Matrix, passando pelas fábulas de La Fontaine, a linguagem simbólica é um meio privilegiado para induzir à reflexão e transmitir algumas idéias. Olivier Clerc*, nesta sua breve história, através da metáfora, põe em evidência as funestas conseqüências da não consciência da mudança que infecta nossa saúde, nossas relações, a evolução social e o ambiente.

História da rã que não sabia que estava sendo cozida.

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, a pequena rã. Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela, e a água se esquenta muito lentamente. Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar, a temperatura da água continua subindo...

Agora, a água está quente mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta.

Agora, a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada.

A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta. Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela.

Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta.

Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde há algumas décadas, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando.

Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar 20, 30 ou 40 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferente a maior parte das pessoas.

Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efetuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efetuados lentamente, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem.

As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas.

O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas...

Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã.

Agora, é para hoje!!!

Consciência, ou cozido, precisa escolher!

Então, se você não está, como a rã, já meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

*Olivier Clerc, nascido em 1961 na cidade de Genebra, na Suíça, é escritor, editor, tradutor e conselheiro editorial especializado nas áreas de saúde, desenvolvimento pessoal,  espiritualidade e relações humanas. É também autor de Médecine, religion et peur (1999) e Tigre et l’Araignée: les deux visages de la violence (2004).

 Imagem pesquisada na web, havendo direitos autorais, favor nos avisar para darmos os devidos créditos ou a retirarmos do blog.

3 comentários:

  1. Anônimo15/11/11

    Parafraseando o Olivier, "consciência ou cozido?", eis a questão!!!!
    Infelizmente, as pessoas se acostumaram a reclamar, em vez de agir, e essa inércia, por sua vez, fortaleceu a passividade.
    Estamos saturados de informação, mas carecemos de líderes, de pessoas que tomem a frente, que se responsabilizem e que nos instiguem a nos responsabilizar.
    Que loucura isso, porque se vc pergunta pro vizinho, "vc é uma pessoa responsável e consciente?", obviamente a resposta será um "sim" beeeem grande; daí vc replica, "mas porque vc joga o lixo na esquina?" ou "porque vc desperdiça tanta água lavando o carro?", a px resposta será um evasivo e contundente "não é da sua conta"!!!
    Okey, se não é da minha conta (que estou perdendo e sendo prejudicada com isso), é da conta de quem?
    Ou seja, É DA CONTA DE TODO MUNDO, e às vezes uns terão que agir mais que outros, mas todos precisam se mobilizar. Deixar de ser menos bonachão nas palavras e suar mais a camisa, e isso envolve todos os aspectos da vida, pessoal e coletiva.
    "Consciência ou cozido?", eis a questão!!!!


    Beijocoooooona, Mone!!
    Fica com Deus!!

    Lane Reis

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  2. Gosto quando os posts dão uma sacudida em nós, precisamos sim Lane, acordar e fazer a diferença começando em nossas casas, comunidade, bairro, nas pequenas atitudes do dia-a-dia, que, com certeza, aos poucos atingirão a coletividade.
    Obrigada pela sua presença e o inteligente comentário aqui no Toque.
    Beijo na alma,

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  3. Anônimo18/11/11

    Amiga,

    é um trabalho de formiguinha mesmo, mas como nada acontece por acaso nessa vida, vamos seguindo a nossa jornada, né?
    Saiba que visitar o seu blog é ter a certeza de encontrar um alento para a alma. Você sabe como difundir o amor e suas veias, bem como nos tocar nos mais variados momentos.

    Beijusgrandis,

    Lane Reis

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