11 de out. de 2010

MEDICINA E ESPIRITISMO - Parte II

Continuação da palestra sobre Medicina e Espiritismo por Dr.José Carlos Pereira Jotz*.

Mas uma pergunta se faz necessária neste momento. O que é depressão? Como se pode conceituá-la à luz do conhecimento espírita?

Podemos começar dizendo que depressão é cansaço de viver, é não aceitar a vida como ela é. Temos uma tendência a nos desanimarmos quando os obstáculos surgem a nossa frente. Como dissemos anteriormente, devido ao “hábito” de termos este tipo de reação diante das dificuldades, encarnação após encarnação, acabamos desencarnando com as modificações bioquímicas que surgem em conseqüência a este tipo de pensamento e levamos esta informação gravada em nosso perispírito para a próxima existência. Por isto podemos observar crianças que apresentam desânimo quando enfrentam uma dificuldade na escola ou problemas de relacionamento com os amigos. A depressão é a “doença prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos. É uma prisão porque enquanto a pessoa se deixa dominar pelo sentimento depressivo, não consegue realizar tudo aquilo a que veio preparada para desempenhar na sua existência. Quando existe um esforço de superação, ela pode vencer estas dificuldades, e este esforço será necessário para superar a energia negativa que deixou ir acumulando no seu corpo perispiritual nas inúmeras oportunidades que teve em vidas anteriores. Quando a depressão se manifesta, é como se houvesse uma intimação de leis da vida convocando a alma a mudanças inadiáveis. A pessoa que enfrenta este tipo de prova deve estar consciente de que tem o amparo da providência divina e procurar perceber em si a força e a capacidade de superar as adversidades, lembrando que o Pai Maior não permite que nenhum de Seus Filhos passe por prova maior que a sua capacidade de vencê-la.


Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente. É preciso tomar uma atitude, não mais transferindo para a próxima existência a responsabilidade da mudança. Buscar o autoconhecimento, com o auxílio de profissionais experientes como psicólogos e psiquiatras é necessário quando nos sentimos deprimidos. Embora muitas pessoas não gostem de medicação, ela pode ser necessária, mas não deve ser tomada de forma isolada sem o auxilio da terapia, pois a utilização pura e simples de medicamento resolve o problema desta vida, mas empurra para a próxima à solução definitiva do mesmo. Assim, evite ficar remoendo pensamentos e tentando achar sozinho o caminho para o equilíbrio. Deixe o orgulho de lado e aceitem o auxilio que lhes é oferecido.

Lembramos daquele conto, em que um homem está em sua residência e alguns bombeiros vêm avisar que a área será inundada devido as fortes chuvas, convidando-o a se retirar. Ele se recusa dizendo que Deus o protegerá. Mais tarde quando a água começa a bater na entrada da sua porta eles voltam e oferecem novamente ajuda, a qual ele recusa dizendo que confia na proteção divina. Quando a água já está quase chegando no telhado, os mesmos bombeiros aparecem novamente de barco insistindo para que ele os acompanhe. Outra vez ele afirma que Deus não irá permitir que nada de mal lhe ocorra e que irá permanecer na casa pois precisa tomar conta de seus pertences. O nível de água aumenta e ele acaba morrendo. Chegando no céu encontra-se com Deus e questiona: ”Por que o Senhor não me salvou? Eu sempre acreditei no seu auxílio?” Deus então responde:” Mas por três vezes eu te encaminhei meus mensageiros para que fosses salvo e não atendeste a nenhuma das minhas ofertas”. Não podemos exigir que as coisas aconteçam da forma como nós queremos. Precisamos de flexibilidade e humildade.

Para aqueles que gostam de uma receita para ajudar a combater a depressão, lembramos que no capítulo “Receituário oportuno” do livro “Escutando os Sentimentos” de Wanderley S. de Oliveira, Ermance Dufaux nos diz ser necessário ingerir três medicações com freqüência:

1.Acreditar que merece a felicidade, assim como todos os seres humanos (ser feliz é contentar-se com o que se é, sem que isso signifique estacionar; é o amor a si); Todos nós merecemos ser felizes. Nós fomos criados destinados a chegar nos planos superiores. O caminho é de nossa escolha, o ponto de chegada é o mesmo. Assim, a felicidade é de merecimento de todos. O desfrutar da felicidade no momento atual é conseqüência do plantio já feito, o que não tira o que está previsto no destino de cada um.

2.Parar de encontrar motivos externos para suas dores, encontrando-lhes as causas íntimas (dentro de cada um está a cura para todos os seus males); Temos uma tendência a transferir a responsabilidade de todos os problemas que temos em nossa vida nas costas dos outros. Ou são os pais os responsáveis por determinadas dificuldades, ou são os cônjuges que não nos entendem, ou é o chefe que nos persegue. Enquanto estivermos sempre procurando uma causa externa, sem nos conscientizarmos que atraímos para nossa vida as energias de acordo com o que emitimos, continuaremos a fazer o mesmo por muito tempo. Certa vez atendemos uma paciente que em todos os locais em que havia passado sempre era “perseguida”. Como funcionária pública, já tinha sido transferida inúmeras vezes, sempre a pedido, porque em cada lugar onde entrava tinha colegas que não gostavam dela e o clima era ruim. No entanto, até aquele momento não conseguira identificar em si algo a ser modificado. Os outros é que precisavam mudar. Se algo assim ocorre, é preciso pensar.

3. Parar de pensar em felicidade para depois da morte e tentar ser feliz ainda em vida (a felicidade resulta da habilidade de consolidar o sentido da vida a partir do “olhar de impermanência”). Muitos espíritas e espiritualistas, com a crença de que terão outras existências, desistem de procurar perceber na vida que lhes é oferecida, momentos de felicidade. Sabemos que a felicidade absoluta nós encontraremos nos mundos superiores. Isto, porém, não é um fator impeditivo de procurar viver cada dia como um momento único que nos oferece sempre aprendizados. Os orientais falam muito na impermanência, ou seja, nada no nosso plano é permanente. Nosso sofrimento se dá, muitas vezes, justamente pelo fato que queremos prorrogar certas situações que já esgotaram o que podiam nos dar de aprendizado. Precisamos seguir em frente. Mas teimosos, queremos a estabilidade, atingir um estágio em que continuemos equilibrados. Só que o universo está sempre em expansão, continuamente mudando, e precisamos acompanhá-lo para não ficar para trás.

Voltando à depressão, lembramos que é interessante fazer uma relação entre as emoções e os chakras. Por que? Porque quando surgem distúrbios na nossa energia, e os chakras têm o papel de nos fornecer energia, isto pode afetar a nossa sensibilidade. Quando a consciência de uma pessoa está desequilibrada, pois a mesma torna visível e palpável na forma de sintomas físicos ou psicológicos os seus desequilíbrios, existem desarmonias registradas a nível perispiritual. É o ser humano que está doente (espírito) e não o seu corpo físico. Como dissemos anteriormente, não são os órgãos da pessoa que ficam doentes, mas a pessoa como um todo. Quando dizemos que a consciência está desequilibrada, estamos nos referindo ao espírito daquela pessoa que sofre de alguma perturbação na sua energia. Esta perturbação pode ser devida a pensamentos negativos ou atitudes indevidas persistentes. A conseqüência de algum tempo de vibração inadequada, e este tempo será diferente para cada pessoa, pode ser uma alteração na informação celular que tem como conseqüência o desenvolvimento de uma patologia ou doença.

Como os chakras fornecem energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios e conflitos emocionais podem resultar num fluxo energético anormal para diversos sistemas fisiológicos. Com o tempo, esses fluxos anormais de energia podem produzir doenças de maior ou menor gravidade em qualquer órgão do corpo. Os chakras captam a energia do universo e a transmite para o corpo todo através dos meridianos. O tipo de vibração mental que emitimos pode perturbar a recepção destas energias, bem como o seu deslocamento ao longo do organismo. Com isto podem surgir bloqueios energéticos capazes de, gradativamente, gerar alterações físicas. O stress emocional é um importante fator no processo de produção de doenças. Os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por si próprio podem ter efeitos nocivos sobre o funcionamento dos principais chakras. As pessoas que vivem sob constante stress têm uma alteração permanente na sua produção de hormônios, conseqüentemente afetando a sua capacidade imunológica. É comum encontrarmos pessoas com baixa defesa orgânica quando vivenciam um stress muito grande, seja ele emocional ou físico. Também é comum encontrar pessoas que diante de uma tarefa, gastam muita energia Para conseguir terminá-la e, quando entram em férias ou tiram alguns dias de descanso, o sistema imunológico reage e elas ficam doentes naquele momento.

A falta de amor a si ou auto-imagem ruim pode causar bloqueio no chakra cardíaco, o qual, secundariamente, afeta o funcionamento do timo, debilitando o sistema imunológico. Também pode afetar os pulmões contribuindo para as doenças respiratórias. Ainda não aprendemos a nos amar. Como conseqüência, esta falta de auto-amor afeta nossa auto-estima, influenciando no nosso humor, mexendo por fim na nossa saúde. Fomos condicionados, por muito tempo, que deveríamos amar o próximo, esquecendo da complementação “como a nós mesmos”. Assim, conseguimos desenvolver o espírito de solidariedade, de fraternidade, mas isso não significa necessariamente que o amor verdadeiro ao nosso próximo tenha sido estimulado. Só podemos dar aquilo que temos. Como vamos amar o próximo se não conseguimos amar a nós? Como perdoar alguém se não perdoamos a mais simples das nossas faltas? Como sermos caridosos com os outros se não agimos com caridade para conosco? Pensamos que dizer sim aos outros é amar o próximo. Esquecemos que quando dizemos sempre sim para os outros uma pessoa está sistematicamente recebendo um não a sua vontade: nós! Por que sentimos dificuldade de amar a nós mesmos? Porque ainda temos a tendência do egoísmo. Assim, muitos talvez, inconscientemente, temam que ao se amar resvalem no egoísmo, onde com certeza já estagiamos. Ficamos numa encruzilhada: se nos amarmos, podemos nos tornar egoísta; se não nos amarmos, não conseguiremos amar o nosso próximo verdadeiramente. O que fazer? O que Jesus nos ensinou: "Orai e vigiai". Seguindo este ensinamento, mantendo a fé no amparo divino, conseguiremos desenvolver o amor ao nosso eu sem nos tornarmos egoístas, valorizando a herança divina que Deus deixou dentro de cada um de nós.

A forma inadequada de expressar verbalmente o que sente ou a não expressão verbal dos sentimentos internos pode interferir na função do chakra laríngeo. Esta pode ser a causa de muitos casos de amidalites ou transtornos de tireóide. Cada chakra está ligado a um conjunto de órgãos, refletindo nestes órgãos a falta ou excesso de energia nos chakras. Assim, conforme o tipo de sentimento ou atitude que assumimos, interferimos mais diretamente num determinado chakra e, por conseqüência, num conjunto de órgãos. Depressão, baixa energia vital está relacionada com o primeiro chakra; dificuldades nos relacionamentos e problemas de ordem sexual têm relação com o segundo chakra; medo, ansiedade, orgulho são sentimentos vinculados ao terceiro chakra; aceitação e compaixão estão mais vinculadas ao quarto chakra; criatividade está ligada ao quinto chakra; percepção sutil das emoções liga-se ao sexto chakra enquanto o sétimo chakra é o centro da espiritualidade.

Nossas doenças são freqüentemente um reflexo simbólico dos nossos estados internos de intranqüilidade emocional, bloqueio espiritual e desconforto. Isto sugere que a prescrição de medicamentos de efeito rápido, que aliviem apenas temporariamente os sintomas agudos da doença, não é a solução ideal para minorar os problemas do paciente, dentro de uma perspectiva reencarnacionista. Precisamos ter em mente que por vezes os medicamentos são necessários, mas geralmente é porque não prestamos atenção nos sinais mínimos que nosso corpo nos dá quando as primeiras alterações energéticas se fazem sentir. Hoje não nos permitimos identificar o porquê das dores. A única coisa que pensamos é que precisamos aliviar as mesmas rapidamente. Já observei muitas pessoas com cefaléia relacionada ao stress, mas ao invés de buscar um relaxamento ou meditação, usam continuamente analgésicos e seguem no seu ritmo alucinado, mantendo o stress em nível alto. Como conseqüência, anos mais tarde, terão possibilidade de desenvolver outros distúrbios mais sérios como hipertensão. A medicina do futuro deverá ensinar os pacientes a reconhecer os fatores emocionais e energéticos sutis que podem predispô-los a determinados estados mórbidos. Terá mais facilidade em detectar disfunções nos chakras, no corpo emocional, corpo etérico e corpo mental. Médicos e pacientes terão que se adaptar a estas mudanças. Os médicos, que ainda apresentam uma visão mais materialista, irão gradativamente perceber a realidade do espírito e a necessidade de cuidar também o ser humano sob este aspecto. Os pacientes precisarão prestar atenção em si mesmos, o que ainda hoje poucos fazem.

Fala-se muito em hereditariedade. Será que simplesmente a genética explica por que ficamos doentes se aparentemente fazemos tudo certo? A hereditariedade existe, mas os registros no perispírito, das experiências passadas da alma (psíquico, intelectual, profissional, moral e emocional), determinam a formação dos órgãos no novo corpo material. A hereditariedade reflete a aproximação por afinidades vibratórias entre os membros de uma mesma família. Quando encontramos numa mesma família, por exemplo, pessoas com tendência a depressão, podemos dizer que existe realmente um gene que predispõe a depressão. No entanto, a nível espiritual, eram pessoas que se afinavam vibratoriamente, por todas apresentarem impresso, ao nível do perispírito, a mesma tendência a deprimir-se. Como ocorre então que elas venham a apresentar tal gene? Na fecundação, o gameta masculino vitorioso está impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante que encontrou nele os fatores genéticos necessários para a programação reencarnatória. Os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros, vão organizando o corpo físico. Ou seja, somos nós os responsáveis pelo corpo que temos, por todos os distúrbios de saúde que apresentamos no nosso nascimento. Deixemos de responsabilizar os pais pelos “genes“ que possam nos ter transmitido. Se assim o fizeram, foi por nossa necessidade para continuarmos a caminhada evolutiva. Se não herdei aquela cor de olhos ou o tipo de cabelo que desejava, ou se herdei uma predisposição à obesidade ou à magreza, isto foi por minha influência, pelas informações que trouxe junto a mim.

As enfermidades graves decorrem de faltas passadas e contribuem para o aprendizado, reparação e restauração dos atos inadequados, além da elevação da alma. Se nascermos com um órgão em desarmonia, sem funcionar na sua plenitude, isto se deve às energias negativas que acumulamos em nosso corpo perispiritual no passado. Quando agredimos outra pessoa, ou simplesmente emitimos através do pensamento energias negativas contra o nosso semelhante, semelhantes energias se acumulam no nosso perispírito. Se nada fizermos de positivo desde que ocorreu esta agressão até o nosso desencarne, que possa de certa maneira eliminar ou amenizar esta energia acumulada, a levaremos conosco. Na próxima ou numa das próximas encarnações o corpo físico servirá de “mata-borrão” a sugar esta energia e purificar nosso perispírito.

Certos acontecimentos e doenças são permitidos pelo plano espiritual para estimular o espírito a cumprir compromissos com a sua jornada evolutiva. Nada ocorre por acaso. Sabemos que Deus não permite que um fio de cabelo caia se não houver uma necessidade para isto. Assim, se existe a doença em nossa vida, ela está a nos sinalizar algo. Precisamos aprender o que o nosso corpo tem a nos dizer. Assim, enfermidades ou acidentes inesperados, carência afetiva, dificuldades econômicas, são meios utilizados para despertar da anestesia da ilusão ou da intoxicação do orgulho, egoísmo, cólera, etc, a que muitos se submetem. Precisamos ir desfazendo- nos das nossas imperfeições. Vamos deixar de colocar tudo na “geladeira” aguardando a próxima encarnação para melhorar. Vamos parar de fazer o papel de crianças que não querem crescer, que não querem deixar de brincar, que desejam simplesmente gozar a vida sem responsabilidades, para começar a dedicar alguma atenção nas necessidades do espírito. Vamos deixar de ficar esperando que milagres aconteçam, depois de insistirmos por anos a fio em condutas que sabemos de antemão serem equivocadas e com conseqüências desastrosas. Nestes casos, se caminharmos para períodos de “choro e ranger de dentes”, não teremos do que nos queixar. Fomos avisados. E muito.

*José Carlos Pereira Jotz é arquiteto, médico. Mestre em Ciências da Saúde: Cardiologia pela Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Trabalhador da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, em Porto Alegre – RS e Colaborador da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Com a finalidade de esclarecer, orientar e compartilhar aprendizados e conhecimentos a respeito das questões de saúde e espiritualidade, Sr. Jotz escreveu dois livros: “Espírito Saudável: Mente Sã e Corpo São” e “Estresse e Hipertensão Arterial”, este é o primeiro volume da coleção “Harmonizando o Espírito – Exercícios Terapêuticos”. Conheça melhor o autor e seus trabalhos acessando o site: www.josecarlosjotz.net

Leia também: MEDICINA E ESPIRITISMO - Parte I

Nota: A divulgação desse material em nosso blog foi autorizada, via e-mail, pelo autor, ao qual somos gratos por essa gentileza.


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3 comentários:

  1. Muito boa essa palestra. Ainda tem outra parte ou é só até aí? Sou um aprendiz, quero aprender mais!

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  2. Querido Dija,
    Obrigada pela visita. Na próxima semana aprenderemos juntos, um pouco mais, sobre o tema em "Medicina e Espiritismo" na parte final.
    Beijos na alma,

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  3. Anônimo26/4/13

    gostaria e me firma no espiritismo mais sem estou saindo nunca fico ate o fim

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