28 de fev. de 2013

PELO QUE VALE A PENA VIVER ?

Nós  esperávamos  que  as  pessoas  do  século  XXI fossem  alegres,  soltas,  divertidas,  afinal  de  contas, elas  têm  tido  acesso  a  uma  poderosa  indústria  do  lazer, mas  eis  que  as  pessoas  estão  estressadas,  represadas  e  tristes.

Esperávamos que o acesso à tecnologia e aos bens materiais fizesse com que as pessoas tivessem mais tempo para si mesmas. Mas, raramente, elas gastam tempo com aquilo que amam. 

Vivemos espremidos em sociedades populosas, mas  a  proximidade  física não trouxe  a  proximidade  emocional. O diálogo está morrendo. A solidão virou rotina. As  pessoas  aprendem  por  anos  as  regras  da  língua, mas  não  sabem  falar  de  si  mesmas.

Os pais escondem suas emoções dos seus filhos. Os filhos ocultam suas lágrimas dos seus pais. Os  professores  se  escondem  atrás  do  giz  ou  dos  computadores. Psiquiatras e psicólogos estão tratando, sem sucesso,  a solidão, pois  ela  não  se  resolve  entre  quatro  paredes  de  um  consultório.

Os seguidores  de  Jesus  perderam  todos  os  valores sociais,  não  tinham  dinheiro,  fama,  proteção,  mas tinham  tudo  o  que  todo  ser  humano  sempre  desejou. Tinham  alegria,  paz  interior, segurança,  amigos,  ânimo.

Eles tiveram grandes sonhos e a coragem para correr todos os riscos para transformá-los em realidade. Cada um deles viveu uma grande aventura. Raramente  se viu  pessoas  tão  realizadas, sociáveis  e  satisfeitas. Eles  não  tinham  nada,  mas  tinham  tudo. Eram  discriminados, mas  tinham  inumeráveis  amigos.

Em  alguns  momentos,  parecia  que  tinham  perdido  a esperança  e  a  fé,   mas  cada  manhã  era  um  novo  começo. Cada derrota era uma oportunidade para começar  tudo  de  novo. Cada coração  aliviado  dava  forças para eles  continuarem  no  caminho.Sofreram  como  poucos  na  história, mas aprenderam a não reclamar. Nos seus lábios, havia um  agradecimento diário pelo espetáculo da vida. Não  exigiam  nada  dos  outros, mas davam tudo o que tinham.

Foram  tolerantes  com  seus  inimigos,  mas seus  inimigos  foram  implacáveis  com  eles. Tornaram-se  amantes  da  paz,  foram  pacificadores dos  aflitos,  compreenderam   a  loucura  dos  que  se achavam  lúcidos.

Foram felizes numa sociedade inumana. Na  juventude  tinham  inúmeros  traumas, mas  o  vendedor  de  sonhos  fez  algo que  deixa  boquiaberta  a  ciência  moderna. Ele  os  transformou  na  casta  mais inteligente  e  saudável  de  pessoas.

As  cartas  que  eles  escreveram revelam  características  de  personalidade que  poucos  psiquiatras  e  psicólogos  conquistam. Os  sonhos  que  eles  viveram  não  apenas  eram  celestiais, mas  vão  ao  encontro  dos  mais  belos  sonhos  da  filosofia, da  psicologia,  da  sociologia,  das  ciências  da  educação.
Mostraram  que  vale  a  pena  viver, mesmo  quando  ceifaram  suas  vidas.

E hoje,  será  que nossa  vida  alçou  um grande  significado?
Jesus demonstrou de muitas formas  para  que  as  pessoas compreendessem  a  grandeza  da vida.

Será que compreendemos seu valor? Quem somos? Somos  fagulhas  vivas  que  cintilam  durante  poucos  anos  no  teatro  da  vida  e  depois  se  apagam  tão  misteriosamente  quanto  acenderam.

Nada  é  tão  fantástico quanto  a  vida,  mas nada é  tão  efêmero,  fugaz  quanto  ela. Hoje  estamos  aqui, amanhã  seremos  uma página  na  história. Um  dia  todos  nós  tombaremos na  solidão  de  um  túmulo  e  ali  não  haverá  aplausos, dinheiro,  bens  materiais. Estaremos  sós.

Se  a  vida  é  tão  rápida, não deveríamos  nessa  breve  história  do  tempo  procurar  os  mais  belos  sonhos,  as  mais  ricas  aspirações? Pelo  que  vale  a  pena  viver? Quais  sonhos  nos  controlam?

Muitos  têm  depressão, ansiedade,  stress,  não  só  por  conflitos  na sua  infância,  mas  pela  angústia  existencial,  pelo  tédio  tenso  que os  abate,  pela  falta  de  um  sentido  sólido  em  suas  vidas. Muitos têm fortunas, mas mendigam o pão da alegria. Muitos têm cultura, mas  falta-lhes  o  pão  da  tranqüilidade. Muitos têm fama, mas não há colorido na sua emoção.

Crise  existencial,  vazio  interior,  solidão, palavras  que  não  faziam  parte  do  dicionário da  personalidade  dos  discípulos  do  mestre  dos  mestres. Há  pouco  tempo,  um  dos  mais  populares cantores desse  país  disse  na  mídia  que  tinha  dinheiro  e  fama, mas  não  tinha  prazer  de  viver,  sua  vida  se  tornara  uma fonte  de  tédio.

Quando  o  corpo  de  Jesus  tremulava  na  cruz, ele  disse  frases  inesquecíveis  que  inspiraram  o   centurião romano,  encarregado  do  seu  martírio. Seu carrasco reconheceu sua grandeza e começou a sonhar. Quando os seus discípulos morriam, o mesmo fenômeno continuou a ocorrer. A dignidade, segurança e sensibilidade nos últimos momentos deles fizeram com que alguns torturadores se curvassem. Que fenômeno interior é esse que deixa extasiada a sociologia e a psicologia?

Se  Nietzche,  Carl Marx  e  Jean  Paul  Sartre tivessem  a  oportunidade  de  analisar  a  personalidade  de Jesus  e  a  sua  atuação  nos  bastidores  da  mente  dos seus  discípulos, como  eu  o  fiz,  provavelmente  não estariam entre  os  maiores  ateus  que  pisaram  nesta  terra. É  possível  que  estivessem entre  os  seus  mais  apaixonados  seguidores.

As  sociedades  ainda  não  despertaram para  a  grandeza  da  personalidade  de  Jesus. E  impossível  alguém  fazer  o  que  ele  fez e  ser  tão  somente  um  ser  humano. Sua  vida  era  tão  simples, mas  cercada  de  mistérios. Milhões  de  pessoas  dizem  que  ele  era  o  filho  de  Deus.

Seus  comportamentos  surpreendentes e  não  apenas  seus  milagres  confirmam  isso. Mas  nunca  alguém  tão  grande  foi  tão  humano. Muitos  homens  querem  ser  deus,  estar  acima  dos  sentimentos  comuns,  mas  ele  se  apaixonou  tanto   pela humanidade  que  quis  ser  um  ser  humano.

Amou  ser  igual  a  mim e  a  você. A  sua  personalidade  não  apenas  revela que  ele  atingiu  o  topo  da  saúde  psíquica, mas  que  foi  mais  longe  do  que  isso.

Ele  foi  o  maior  educador,  psicoterapeuta, sócio-terapeuta,  pensador,  pacifista,  orador, vendedor  de  sonhos,  construtor  de  amigos de  todos  os  tempos. Muitos  dos  líderes  religiosos  da  atualidade  que  dizem  segui-lo  desconhecem  essas  magníficas  áreas  da  sua  personalidade.

Eu  analisei  a  inteligência  de  Cristo  criticando, duvidando  e  investigando  as  quatro  biografias  de  Jesus, os  evangelhos,  em  várias  versões. Estudei  as  intenções  conscientes  e  inconscientes dos  autores  das  suas  quatro  biografias. Talvez  tenha  sido  um  dos  raros  cientistas que  investigou  a  sua  personalidade.

O  primeiro  resultado  é  que  descobri  que o  homem  que  dividiu  a  história  não  poderia   ser  fruto  de  uma  ficção  humana. Ele  não  cabe  no  imaginário  humano. Ele  andou  e  respirou  nesta  terra. O  segundo  resultado  é  que  a  grandeza  da  sua personalidade  expôs  as  falhas  da  minha  personalidade.  Fui  ajudado  a  compreender  as  minhas  limitações e a  minha pequenez.

O  terceiro  resultado  me  surpreendeu. Ao  analisar  o  vendedor  de  sonhos, fui  contagiado  por  ele. Comecei  a  sonhar  os  seus  mais  belos  sonhos. Que  a  sua  vida  também  se  transforme num  jardim  de  sonhos...

Mesmo  quando  os  pesadelos  vierem, jamais  deixe  de  sonhar.

(Texto do livro O Mestre Inesquecível de Augusto Cury) 

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